O Fim não foi fim....
Na verdade um novo começo
Radiante, inesperado, com muitos medos, receios, marcas doloridas.
Mexeu com minha vida ate virar em 360° .
As minhas lágrimas não foram de dor nem tristeza mas de uma alegria imensa que invadiu meu corpo meu coração minha alma.
Eu pertencia novamente. Resgastada na rua e arrastada para seu colo, seu ombro, sua mão.
Foi assim que no dia 02/12/2011 passei a ser sua submissa novamente mas dessa vez ligada por uma corrente mais firme que fez de mim também sua companheira de cama, de mesa e de tudo na sua vida. Eu já não era só aquela sombra que me arrastava ď quatro ao se lado. Eu habita também em seu coração.
Foi decisão sua..... Não consegui resistir pois meu choro por esse inexplicável fim e começo se misturavam a muito tempo.
Me restou te seguir e aceitar como uma boa cadela agora com uma coleira no pescoço outra no dedo outra no cartório.
Assim começou nossa nova jornada.
Passamos por altos e baixos, terrenos íngremes, solos duros e de pedras e piso acentuado.
Fomos capazes de vencer e dde fracassar. Cair e levantar e ainda assim seguimos em frente por 8 anos com a mesma cumplicidade da minha parte que infelizmente nao foi correspondida da mesma forma.
Apareceram pessoas más, falsas, arrepiadas pelo desejo carnal envenenando o nosso reino. Vampiros por fim existem....
Você quiz andar por outros caminhos e eu ali fiquei como uma boa cadela... ora te esperando ora te seguindo de perto outras vezes de longe, te salvei de perigos com latidos e garras, fui feroz, fui protetora, fui amiga, cadela, te arrastei da lama, em cantos escuros busquei voce perdido, entorpecido, envenenado.
Não perdi minhas forças, como cadela ainda arrastei a mim mesmo no silêncio escuro do que restou de sua Casa. Os corredores por onde antes corriamos livres na nossa fantasia estavam cheios de destroços. Os vampiros que vc deixou entrar destruíram o meu mundo e o seu Castelo. Onde a nobreza um dia reinou ficaram cinzas. Eu chorei escondida nos cantos sujos para voce não perder a força.
Eu fui capaz de dividir, subtrair e multiplicar tudo ao mesmo tempo para não ver sua Casa que tambem era minha ruir e se despedaçar.
Fui luz na sua sombra, segurei nos dentes os tocos de velas que ainda iluminavam nosso caminho.
Você me deixou só e seguiu envenenado caminhos sem volta dentro de sua Casa, entregou o que havia de mais lindo em mim ao pó do chão do que um dia foi teu reino, agora destruído e jaz no maligno.
Você seguiu então pelos caminhos sombrios da floresta e lá se perdeu para sempre.
Eu fiquei, não restava mais nada que pudesse fazer. Lambi as feridas que custavam a cicatrizar, tive fome, sede, chorei e lati desesperada num canto qualquer, era tudo cinza agora. O cheiro nojento do pó ardia em minha garganta enquanto eu continuava ali sem força prostada mas cinzas.
Minha única certeza era de que se eu resistisse as feridas ao abandono a fome e a sede eu renasceria mais forte e já não me rastejaria.
Ninguém veio me salvar, ninguém enxugou minhas lágrimas ou deu-me de comer ou de beber. O sol era tão pouco que eu tremia de frio, minhas pernas não tinham mais forças de me levantar.
Eu adormeci em enfim em 24/04/2018 para poupar forças até a chegada do vento que pudesse levar embora as cinzas e me fazer voar com elas.